“E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho
aos seus corações, o qual clama: ‘Aba, Pai’.” (Gálatas 4:6)
Uma das coisas que mais me intriga na forma como Deus se
relaciona conosco, entre tantas outras, é justamente o fato Dele
nos dar liberdade para sermos íntimos. Não falo de perder o
respeito ou de abusar, mas de termos liberdade e o direito de
chamá-lo de ‘Aba’ que seria bem traduzido hoje como papai,
paizinho, papi – um sentido carinhoso de pai. Isso, segundo o
versículo acima, apenas pelo fato de sermos filhos e não
escravos.
Se Deus trata assim conosco, por que ainda vemos pais
terrenos exigindo de seus filhos um tratamento formal e quase
militar-hierárquico? Será que isso é a única forma de respeito
que podemos esperar? O que isso ensina sobre Deus para
nossos filhos e herdeiros espirituais?
Se queremos proteger a infância dos pequenos, precisamos
lhes mostrar que intimidade combina com respeito e é
perfeitamente compatível com um relacionamento organizado.
Nossos pequenos ficam desprotegidos ao pensar que a única
forma de relacionamento é via formalismo. Por quê? Simples:
por que é natural para o coração humano buscar intimidade,
e se o pai não der (sinceramente) alguma meretriz ou
traficante dará. Daí se explica a perda de alguns na
adolescência e juventude.
Se queremos proteger nossos pequenos, temos de olhar para
eles como seres completos, ainda que em formação. Tudo de
um ser humano adulto está ali, mas em amadurecimento. Uma
criança que desconhece a intimidade nunca será um adulto
equilibrado, pois como ele poderá ver Deus como Pai, sem
ver Deus nos seus pais?
Se queremos proteger a infância, é na infância que devemos
semear a intimidade familiar que germinará na intimidade com
Deus. Isso semeará saúde para a vida adulta. Isso semeará
uma nova geração que tratará melhor ainda seus pequenos.
“Senhor, me ajuda e me ensina a ser intimo de Ti e semear
isso na vida dos pequeninos a quem tenho acesso, sejam
meus filhos ou não.”
Mário Fernandez